A cosmética artesanal usa essencialmente produtos naturais, onde o mais importante e diferenciador, nos nossos produtos, é o facto de manterem o bem-estar e equilíbrio da pele.
Somos parte da natureza e tudo o que colocamos na nossa pele deve ser também parte dela, devemos estar todos em harmonia, para que haja saúde e bem estar.
Sustentabilidade
Toda a atividade humana em sociedade acaba por ter um impacto na natureza e, o caminho, é tentarmos independentemente do custo, minimizá-lo e tornar a nossa existência o menos impactante possível para o meio ambiente.
Na AMOR LUSO as preocupações de sustentabilidade são transversais a toda a atividade, das quais:
– Usamos o máximo de produtos locais, todos com proveniência controlada.
– Priorizamos a proximidade com os nossos parceiros, artistas e artesãos.
– Concentramos todos os processos produtivos no mesmo espaço.
– Durante a elaboração dos nossos produtos não há qualquer tipo de desperdício. Um exemplo disso é a utilização das aparas que oferecemos aos clientes ou parceiros, e que acontece também com o sabão granulado.
– A nossa atividade não tem impacto na qualidade do ar ou da água, sendo 100% ecológica.
– A produção de embalagens, comunicação e publicidade são de produção própria.
– O papel que usamos é português e de origem de florestas sustentáveis. Na sua maioria reciclado e sem branqueamento químico.
– Temos um desperdício de papel inferior a 5% nas embalagens e de menos de 3% na comunicação e publicidade.
– A nossa relação com os nossos clientes e revendedores é sempre direta.
Palavras-chave: Português, Natural, Local e Sustentável
Artesanal vs industrial
A história regista uma enorme ruptura entre o artesanato e a indústria, com um crescimento exponencial da indústria e a aparente desvalorização do artesanato, assim como a maioria das actividades de autodeterminação e autonomia humana.
Um dos principais objetivos do nosso projeto é demonstrar que existe um elo perdido entre ambos que pode ser resgatado, voltando a aproximar o produto manufaturado do respeito para com a natureza, a humanidade e as tradições.
Assim o nosso percurso passou por resgatar o melhor da tradição da cosmética artesanal e melhorá-la tecnicamente para se tornar mais sustentável e adaptada às necessidades e exigências atuais.
Tal como qualquer artesão, a nossa preocupação é obter matérias-primas locais com a melhor qualidade possível e ter uma comunidade próxima que possa ser parceira e cliente.
O sabão / sabonete
Entre as muitas histórias e lendas existe uma que atribui a origem do sabão ( sapo do latim) ao monte Sapo, que era um sítio onde os animais eram queimados em sacrifício aos deuses. A chuva arrastava uma mistura de sebo animal (gordura), juntamente com cinzas e barro até à margem do Rio Tibre, onde os habitantes lavavam a roupa e aperceberam-se que a mistura que escorria do monte permitia uma limpeza mais eficiente. Esta mistura seria algo entre nosso sabão e barrela (água e cinza).
Poderá não ter sido no monte Sapo, mas acredita-se que a descoberta da reação de saponificação terá sido um fenómeno puramente acidental. A atividade de produção do sabão é uma das mais antigas, tendo sido os vestígios mais antigos encontrados numa escavação na Babilónia, onde se descobriu um cilindro de argila que trazia a descrição de um produto elaborado com gordura animal fervida com cinzas que se transformava numa pasta.
O azeite, à semelhança de outros óleos e gorduras, eram transformados em sabão através da adição de uma mistura de cinza ou de soda cáustica. Ao longo dos séculos o processo de fabrico de sabão a partir de azeite foi aperfeiçoado.
A partir do séc. XIII, o sabão era recomendado pelos médicos, como benéfico para a pele. Desta forma, a sua utilização no banho generalizou-se.
O ancestral de todos os sabões era feito com azeite e óleo de bagas de louro. Com os mouros a sabedoria do fabrico do sabão espalha-se na Península Ibérica. Na falta de óleo de bagas de louro, o sabão passou a ser feito apenas com azeite. O que fazia que o sabão tivesse uma qualidade superior à dos que eram produzidos exclusivamente a partir de gordura animal. Apesar dos povos do Norte da Europa não terem acesso a este tipo de óleo, os conhecimentos sobre a arte da saboaria evoluíram um pouco por todo o mundo ociental, em cada zona eram usados os recursos existentes. A produção de sabão, foi durante muitos séculos, um processo artesanal que recorria a matéria-prima local.
Com a revolução industrial, guerras mundiais e globalização a saboaria tradicional perdeu a sua força porque se tornou extremamente fácil ter acesso a produtos de limpeza e higiene. Este facto foi determinante para a melhoria de condições de salubridade e democratização da higiene. Contudo, por razões de mercado, a oferta da indústria viu-se obrigada a reduzir a qualidade da oferta com produtos sintéticos. Isto abriu espaço para o regresso de projectos como o nosso.
Processo produtivos do sabão
Inspirado na arte antiga de saboaria, o nosso processo produtivo baseia-se nas matérias primas com a maior qualidade possível, de origem vegetal na sua maioria e o mais naturais possíveis.
O sabão não é mais do que um dos produtos da reacção de saponificação, ou seja, reacção química designada de hidrólise de gorduras (ésteres do glicerol e de ácidos gordos), com uma base (hidróxido de sódio ou de potássio) e que forma glicerol e sais alcalinos de ácidos gordos – Sabão.
De uma forma global o processo de obtenção de um sabão consegue-se quer por tratamento a frio ou a quente de gorduras de diversos tipos com uma solução de hidróxido de sódio ou potássio.
No processo tradicional, e que recupera a arte antiga de fazer o sabão, designado por processo de saponificação a frio (SAP), técnica utilizada pela Amor Luso; baseia-se na aplicação de soluções alcalinas muito concentradas às nossas gorduras vegetais, a temperaturas abaixo dos 43ºC, onde se forma o sabão mais a glicerina, esta última permanece de forma homogênea na pasta e conferindo características únicas ao sabão. A saponificação é incompleta terminando-se o seu processo após 4 a 5 semanas de secagem/cura do sabão.
Temos assim, como principais fases de processo de SAP a seleção e pesagem de matérias-primas, a saponificação, onde se forma o sabão; enchimento dos moldes, onde o sabonete permanece cerca de 48h a refrigerar e consolidar. Ao fim do tempo decorrido procedesse ao corte dos vários tamanhos de sabonete e é colocado em repouso (cura) por 35 a 40 dias, onde são posteriormente embalados.
Todo o circuito desde a matéria-prima, produção até à chegada ao consumidor é rastreado e garantido o mais elevado padrão de qualidade a nível de material e de processo, assim como, com o menor impacto ambiental possível, pois o método usado na produção de sabonete não produz resíduos.
Esta técnica de produção cria um sabonete especial e único, com boa capacidade de limpeza, sem remover a oleosidade característica da pele.